Liberdade

LIBERDADE E FELICIDADE

Pe Paolo Cugini

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1. Se a felicidade fosse ligada a quantidade de comida a disposição, os americanos deveriam ser os mais felizes do mundo, mas assim não é. Identificar a felicidade com a quantidade de coisas que podemos ter a disposição é um dos maiores enganos produzidos pelo mundo capitalista, que se sustenta por aquilo que o povo consuma. Consumar matéria não dá a felicidade: parece ser este o êxito deste período histórico. Porque, então, passamos a vida toda desejando matéria, dinheiro, coisas? Parece que existe um instinto primordial dentro de nós que nos leva a buscar o imediato, aquilo que aparece imediatamente aos nossos sentidos humanos. Confundimos, assim, a felicidade com a possibilidade de conquistar a aparência, perdendo o nosso tempo correndo atrás daquilo que nunca poderá nos satisfazer, daquilo que nunca poderá preencher a nossa alma. Pois é isso que nos ensinam os sábios de todos os tempos, de todas as culturas e de todas as religiões: a felicidade humana depende não dos nossos sentidos humanos, mas sim da nossa alma. É isso que nós percebemos ao longo da vida, mastigando um sentimento de insatisfação toda vez que voltamos de uma experiência sensível, toda vez que gastamos as nossas energias naquilo que é material.

2. O problema é que amiúde também as religiões se perdem nas trilhas da matéria tornando-se, assim, armadilhas para os neófitos. Talvez seja este um dos grandes problemas da pós-modernidade, ou seja, não ter mais nenhum canto para a humanidade se encontrar com aquilo que é autentico, pois tudo está sendo repentinamente transformado em comercio, em algo para ser consumido. A essência da religião deveria será liberdade, mas nos grupos religiosos contemporâneos encontramos o culto idolátrico ao guru da vez, a subserviência mesquinha dos fieis, a entrega da própria liberdade em troca de uma salvação futura. Nestes sombrios caminhos pseudo religiosos a liberdade é entregada para que