Liberdade
Como reconhecer o que ainda nos amarra? O que é realmente ser livre? Entenda algumas das respostas para essas perguntas fundamentais em nossa vida
Reportagem: Liane Alves - Edição: Amanda Zacarkim
Edição 0064
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Alternativas para você encontrar o que te dá prazer - e liberdade
Foto: André Spínola e Castro
Uma das metáforas mais poderosas sobre a condição humana e sua relação com a liberdade é a do camelo, do leão e da criança. Ela foi empregada pelo filósofo alemão Fiedrich Nietzsche no século 19 e até hoje é utilizada para demonstrar as diferentes metamorfoses da consciência e nossa possibilidade de sermos livres. Diz ele que o homem, ao nascer, é como o camelo. É obrigado a comer, assimilar e armazenar, por um bom tempo, grande parte das histórias e ensinamentos acumulados pela humanidade ao longo de séculos. Ele vai ruminar essa quantidade enorme de dados até construir seu sistema de valores e crenças que, na maioria das vezes, já está alinhado com valores e crenças organizadas em religiões, sistemas políticos, filosofias ou doutrinas.
A maior parte da humanidade, diz Nietzsche, vive no estado de camelo. Os homens-camelos não têm potencial crítico para se afastar da própria crença, analisá-la de forma isenta e descobrir seus pontos falhos ou ângulos distorcidos. Principalmente porque ela está baseada na emoção, não na razão.
Uns poucos entre os camelos chegam ao estado de leão. Normalmente, os grandes felinos se insurgem contra isso tudo que está aí, como se dizia na década de 1970. Leões são geralmente líderes e, por isso, têm enorme influência junto aos camelos. Por isso mesmo, muitas vezes são feitos em pedacinhos por eles ou, então, por outros leões na defesa de seu território. O problema do leão é que, na maioria dos casos, ele ainda está preso ao que ele é contra. Como diz o mestre espiritual Osho, que comentou a teoria de Nietzsche no livro "Liberdade, a coragem de ser você mesmo", a grande maioria da