liberdade
Para um estóico, existe uma conduta adequada que o leva a felicidade, isto é, quando suas ações estejam em conformidade com a natureza e seus princípios em harmonia com o cosmo. Para alcançar tal graça, existem virtudes básicas que o conduzirão: a inteligência (saber diferenciar o bem do mal), a coragem (conhecer seus limites para agir) e a justiça (o que dá a cada um o que lhe é devido).
Disso decorre que “a liberdade é entendida como a necessidade que se baseia no conceito da autodeterminação, atribuído à totalidade a que o homem pertence” (ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed). A eleuthería, para um estóico, implica em um sentimento de pertencimento e ação conforme o Logos e a Physis. O homem é entendido como um microcosmo no macrocosmo, isto é, faz parte de um universo equilibrado e ordenado, sendo o indivíduo constituído de um instinto para seguir a razão, pois esta lhe fornece normas infalíveis, a liberdade do homem consiste em atuar e querer dentro do que lhe cabe, ou seja, dentro de seu heimarmené (Destino), quer dizer, em sintonia com todas as coisas que tem uma ordem natural e necessária.
Os estóicos admitiam que são livres as ações que têm em si mesmas causa e princípio: “Só o sábio é livre, e todos os malvados são escravos, pois Liberdade é autodeterminação”. {DIOG L., VII, 121}
Da máximas estóica que alcançou-nos hoje: “Há coisas que dependem de mim, há coisas que não dependem de mim…” percebemos, na esfera da ética, que a liberdade tem um sentido interior, na medida em que, o indivíduo pode se conformar, ou não, com a Physis e assim o conhecimento será o mecanismo que mediará o exercício da escolha. A imagem do sábio é ressaltada como aquele que age em conformidade com o Logos e com a Physis e que tem total controle sobre suas paixões, isto é, é o verdadeiro homem livre.
A autonomia estóica é entendida no campo da virtude com o exercício da razão dentro das leis naturais. Na outra face,