Liberdade ainda que tardia
Parece um título obvio não? Mas quando se diz isso relacionado a educação parece que o assunto se torna muito mais sério. Que sentido a palavra liberdade tem ao se relacionar a educação, ao educador, aos educandos, aos opressores e oprimidos?
Quanto mais leio mais descubro que pouco sei ou que estou cada vez mais perdido num mar de informações. Onde me coloco nesta história toda? Tenho medo? Medo de que? Sou fruto dessa opressão? Sou também um oprimido? Tenho medo de encarar uma leitura ou uma proposta de discussão? Porque sofro tanto com isso? E sofrer com isso me ajuda a buscar melhores caminhos, respostas para minhas dúvidas ou deixo tudo de lado e simplesmente desisto da caminhada?
Estas perguntas todas estão latejando em minha mente e me tirando o sono. Mas meu propósito é maior, buscar meu aprendizado da maneira mais ampla, fiel e livre das amarras. Que aprendiz eu sou e que educador vou ser? De onde vem essas dúvidas todas? Sou livre para pensar e agir? Proponho e proporciono liberdade aos aprendizes? Como controlo esta situação? Busco um aprofundamento consciente de tudo isso? Estou atento a todas as diversas situações que envolvem o conhecimento? E porque ainda não tinha parado para pensar neste posicionamento relacionando os oprimidos e opressores?
Volto um pouco no tempo e me recordo dos meus anos de colégio. Início do ensino fundamental, 5ª série para ser mais preciso. Eu e meus colegas e mais 90% da população estudantil frequentávamos escola pública. Uma boa escola pública diga-se de passagem. Os outras 10% sequer sabiam o que era uma carteira escolar.
Nesta época parecíamos todos iguais em gênero, número e grau. Frequentávamos os mesmos lugares, as mesmas praças e os mesmos meios sociais e recebíamos uma educação exemplar, preocupada, profundamente sistematizada na formação humana do cidadão.
Mas onde se iniciou essa separação? Onde surgiram os marginalizados, os alienados educacionais e culturais? Quando e em que