Bandeira Minas Gerais
Liberdade ainda que tardia é a tradução mais comumente dada ao dístico em latim Libertas Quæ Sera Tamen, proposto pelos inconfidentes para marcar a bandeira da república que idealizaram, na Capitania de Minas Gerais, no Brasil do final do século XVIII.
A expressão em latim acabou sendo aproveitada para adornar a bandeira do estado em que a capitania das Minas Gerais se tornou, já no século XIX, e foi isso que manteve a frase viva até os tempos atuais. No entanto, muitos dos latinistas modernos criticam a correção do uso da frase.
Origem do texto em latim[editar | editar código-fonte]
O texto em latim foi retirado da primeira Écloga de Virgílio. Faz ela parte do diálogo entre Meliboeus e Tityrus, inserida no seguinte trecho:
"Et quae tanta fuit Romam tibi causa videndi?"
"Libertas, quae sera tamen, respexit inertem,
(Candidior postquam tondenti barba cadebat,
Respexit tamen et longo post tempore venit,
Postquam nos Amaryllis habet, Galatea reliquit.").
Polêmica da tradução
Há um certo consenso na tradução da pergunta de Meliboeus. A tradução seria: "E qual foi o forte motivo para visitares Roma?" Mas há divergências na tradução da resposta de Tityrus. Para alguns a melhor tradução seria: "A Liberdade, que embora tardia, contudo, olhou favoravelmente para mim, inerte." Para outros seria: "A Liberdade que, embora tardia, contudo olhou favoravelmente para mim, que nada fiz." Ou ainda: "A liberdade que tardia, todavia, apiedou-se de mim, na minha inércia".
Em polêmico artigo escrito em 1979 na revista Veja 1 , o escritor Millôr Fernandes sustentou que, se o sentido buscado era "liberdade ainda que tardia", o texto em latim deveria ser apenas "libertas quae sera", já que, conforme explicou Paulo Rónai 2 , "devido à força da condensação da língua latina, ao simples adjetivo sera já cabe valor adversativo: embora tardia."
De acordo com Deonísio da Silva 3 , uma tradução isenta do dístico dos inconfidentes seria "a liberdade