Liberaliza O Comercial
O caso mais emblemático na América Latina é o México, onde a liberalização comercial teve início na segunda metade dos anos 1980 e a total liberalização dos mercados de capitais, bens e serviços foi realizado, desde 1994, ao longo da implementação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), com Estados Unidos da América e Canadá. Em 1985, as exportações mexicanas alcançavam um valor similar às do Brasil (cerca de US$ 26,8 bilhões). Em 2002, aumentaram para mais de US$ 66 bilhões, quando as exportações brasileiras foram de pouco mais de US$ 55 bilhões. Entretanto, o sucesso comercial mexicano, por diversas razões, não se transferiu para a economia em termos de taxas elevadas de crescimento, como ocorreu no Chile durante toda a década de 1990, e muito menos para os indicadores sociais.
A literatura sobre comércio internacional reconhece que a liberalização comercial provoca não só ganhos como danos, mas, dado o seu caráter estático e as restrições de suas hipóteses de base, o tratamento dado aos aspectos normativos do comércio pela teoria econômica não é adequado para interpretar os resultados distributivos. O fator tempo tem um papel muito importante nas conseqüências distributivas do comércio, que não consegue ser captado pelo instrumental analítico econômico
É importante entender que o impacto da abertura ao comércio sobre o emprego e a renda interna, e conseqüentemente, sobre a pobreza, é indireto. Em outras palavras, não se pode acusar o aumento de importações, por si só, de incidir diretamente sobre a renda dos trabalhadores. Embora esse aumento culmine em um efeito sobre a renda do trabalhador, o primeiro efeito da liberalização comercial dá-se sobre os preços dos produtos exportados e importados, que deverão ajustar-se aos preços internacionais. Dessa maneira, se um produto