LIBERALISMO E CONSTITUIÇÃO
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Em 3 de maio de 1823 tiveram início os trabalhos da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Brasil, data em que na época se comemorava o Descobrimento do Brasil, e havia a clara intenção de associar a imagem do Descobrimento à do Estado Imperial nascente, associado à via constitucional, unindo a grandeza do Novo Mundo à criação de um novo "vasto e poderoso Império". A Assembleia se reuniu na antiga prisão, onde Tiradentes havia permanecido e que em 1808 deixou de ser Cadeia. A Assembleia tinha representação das treze Províncias que constituíam o Brasil, mas alguns nem chegaram a tomar posse, por motivos diversos. A opção predominante era de se fazer no Brasil uma Monarquia Constitucional, nos moldes das que já existiam na Europa desde 1815, mas em seu pronunciamento na abertura dos trabalhos, D. Pedro alertou para o fato que aprovaria a Constituição se ela fosse "digna do Brasil e digna de seu Imortal Defensor". Desde o início dos trabalhos a questão sobre as atribuições do poder real numa monarquia provocou os mais acalorados debates. Cipriano Barata, expressão da vertente avançada do pensamento liberal, empenhou-se em mobilizar a opinião pública, através de seu jornal, contra a proposta de concessão do direito de veto ao Imperador. A divisão de poderes entre os três poderes dividia as opiniões e a questão da administração provincial também era questão de debate em torno da centralização do poder político. Divergências de interesses no interior da Assembléia acabaram por indispor o Imperador com seu ministro e forte aliado, José Bonifácio, provocando sua demissão e a de seu irmão Martim Francisco, Ministro da Fazenda, em julho de 1823. Neste período os antagonismos entre brasileiros e portugueses vinham crescendo, ocorrendo choques que conturbavam a paz em diversas cidades do Brasil, estes conflitos ocorriam devido a: submissão da produção do Brasil aos interesses da metrópole; reserva dos postos mais elevados da atividade administrativa e militar