Leviatã - Cáp. XXI
Liberdade – no primeiro sentido atribuído por Hobbes – significa ausência de oposição, porém, oposição no sentido dos impedimentos do movimento, aplicando tanto a criaturas inanimadas e irracionais quanto ao homem. Por este motivo Hobbes exemplifica dizendo que:
Portanto, quando se diz, por exemplo, que o caminho está livre, não se está indicando nenhuma liberdade do caminho, e sim daqueles que por ele caminham sem parar. E quando dizemos que uma doação é livre, não se está indicando nenhuma liberdade da doação, e sim do doador, que não é obrigado a fazê-la por lei ou pacto.
E desta mesma forma, Hobbes diz que quando se fala em livre-arbítrio, não se fala em liberdade no âmbito da vontade, mas sim uma liberdade do homem, ao se deparar com a situação, não ter entraves ao fazer aquilo que tem vontade, desejo ou inclinação a fazer. E por este motivo Hobbes diz que liberdade é compatível com necessidade e como medo. Necessidade como, por exemplo, as águas necessitam de descer o rio e por medo quando o homem atira objetos ao mar quando ocorre o risco de seu navio afundar. O que Hobbes quer dizer é que o homem é livre em tomar decisões em situações que houver necessidades, e de livre vontade, por exemplo, quando este optou pela soberania, preferindo a segurança quando corria perigo de perder a própria vida.
Se tratando da liberdade dos súditos, Hobbes diz que existem determinadas situações onde o soberano não opera sobre os súditos, direitos que não foram entregues ao soberano no momento do pacto, como exemplo o direito a vida. Segundo Hobbes, o soberano não tem poder algum sobre o ato do súdito cometer suicídio e se este ordenar que o súdito o faça este pode recusar já que não fora previsto no pacto. Um soldado ao fugir do campo de batalha por medo e não por traição, este o faz por covardia e não por injuria, quando alguém evita um conflito, o faz por covardia.
Outra forma de liberdade de súditos é quando o soberano não