Levantamento Fitossociológico de parcelas de Caatinga
Nas regiões semiáridas do planeta encontram-se as florestas secas, o tipo de formação florestal tropical mais ameaçado devido justamente à alteração dos habitats naturais e o uso insustentável de seus recursos madereiros. No Brasil, a Caatinga é a principal representante desses ecossistemas compostos por florestas secas (Siqueira Filho et al., 2012). Em 844 mil quilômetros quadrados (11% do território nacional), a Caatinga tem uma vegetação adaptada ao seu clima semi-árido e engloba porções dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. É rica em biodiversidade e endemismos, bastante heterogênea. Em sua flora, foram registradas até hoje mais de 1500 espécies. Apesar de toda essa riqueza, é o bioma menos protegido no país, com apenas 8,4% de sua área cobertos por unidades de conservação federais. O tratamento dispensado à Caatinga ao longo dos anos produziu um efeito negativo: a insuficiência de estudos sobre a biodiversidade do bioma, a qual impede que se mensure com segurança o seu potencial sócio-econômico (Vasconcelos, 2011). Os mapas vegetacionais atualmente disponíveis reconhecem, neste domínio, diversas tipologias destacando a Savana-estépica por sua maior extensão, especialmente nas áreas da depressão sertaneja, onde a maior parte dos indivíduos perde as folhas, como adaptação à deficiência hídrica e apresenta proporção significativa de espécies espinhosas (Alcoforado-Filho et al., 2003). Contundo, ainda não é possível falar de forma ampla sobre essa heterogeneidade na composição florística e na estrutura das populações do componente herbáceo da Caatinga, porque o número de estudos que incluem dados da flora e da estrutura destes componentes é baixo (Sizenando Filho, 2007). Devido à essa necessidade, considera-se de fundamental importância a caracterização mais circunstanciada dos sistemas ecológicos no semi-árido, principalmente no que diz respeito a florística e