leucemia infantil
Ao longo da história brasileira, o câncer foi visto de diversas formas. De tumor maligno e incurável à neoplasia, de tragédia individual à problema de saúde pública, sua história foi marcada pelo incessante esforço da medicina em controlá-lo pela via da prevenção, aliada ao uso das mais modernas tecnologias médicas de tratamento. No entanto, as dificuldades técnicas para a cura de muitas de suas formas, o alto custo das tecnologias empregadas com esse objetivo e seu caráter individual mostram-se como limitadores da ação terapêutica, fazendo com que a doença se vincule cada vez mais ao campo da prevenção e da saúde pública.
O Brasil apresenta um quadro sanitário onde as chamadas doenças de sociedades desenvolvidas (doenças do aparelho circulatório e neoplasmas) e as doenças associadas ao subdesenvolvimento (infecciosas e parasitárias) combinam-se e quanto as causas de óbitos, as primeiras são mais comuns nas regiões Sul e Sudeste, enquanto as últimas no Norte e Nordeste.
O câncer já representa a terceira causa isolada de morte no Brasil, e a segunda em alguns estados e até meados da década de 90 estima-se uma ocorrência anual de aproximadamente 200 mil casos e 90 mil óbitos por esta patologia. A incidência das neoplasias malignas em crianças não é tão alta como em adultos, porém, no Brasil e em outros países, constitui-se uma das causas de morte mais frequente e, se eliminadas outras causas, como infecção e desnutrição, as neoplasias passam a constituir um problema de saúde, especialmente no grupo de 1 a 5 anos de idade.
O câncer infantil atinge 10 em cada 100 mil crianças a cada ano em todo o mundo, sendo que uma criança em cada 600 pode desenvolvê-lo durante a infância. Na atualidade 2/3 destes cânceres podem ser considerados curáveis se a terapêutica instituída for adequada. O progresso no desenvolvimento do tratamento do câncer na infância foi espetacular nas últimas quatro décadas. Estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas de