Letras

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

• CAPÍTULO 1: O estudo de língua

A procura pelo entendimento de coesão e coerência é fato. Muitos professores dizem a seus alunos que seus textos não tem este ou aquele, mas, na realidade, o que realmente falta no texto do aluno? A autora assume a tarefa de esclarecer, simplificar estas dúvidas. Por que tantos anos de estudo no ensino fundamental e médio parecem não ter deixado clareza na língua? A dificuldade dos alunos em se expressar oralmente também é um questionamento necessário. Muitas vezes a informalidade prevalece em todos os momentos, inclusive os professores usam-na. Diversas vezes os alunos têm de escrever textos, mas sem um destino, apenas “despejar” algo no papel. Isso faz com que eles não tenham objetivos, perspectivas, fazendo com que não busquem entender o que escrevem. O processo de escrever, nada mais é, do que uma atividade de interação, assim como a fala. Não tem sentido escrever quando se quer agir com outro, trocar informações, etc. É uma atividade cooperativa, que envolve dois ou mais sujeitos que agem para interpretação do sentido do que é escrito. Quando não sabemos para quem escrever as coisas ficam mais difíceis, pois não sabemos que informações selecionar, que ordem devemos dizer as coisas, o grau de formalidade, nível de vocabulário, etc. Escrever a outros de forma interativa é um atividade contextualizada, pois se está inserido em algum momento, espaço, evento. Esses valores determinam as escolhas linguísticas. Dessa forma, não escrevemos da mesma maneira em diferentes contextos, pois não há escrita uniforme (vazia, sem destinatário), sem propósito. Não nos comunicamos por meio de palavras soltas, aleatórias, sem unidade. Escrever é uma atividade necessariamente textual, por isso pode-se fazer isso. A competência verbal nos distingue como seres verbalmente atuantes. Muitos exercícios nas escolas fazem com que os alunos