história da saude publica no Brasil- um século de luta pelo direito a saude
Com a tentativa de integração do menino selvagem na sociedade, este, que anteriormente não estava “preso” por normas e deveres morais, perdeu o poder de escolher, pois, por sua vontade, voltaria para o bosque, razão pela qual tentou fugir inicialmente. Por outro lado, conseguiu, pouco a pouco, impor-se face à Natureza, ao instinto, adquirindo cultura e atingindo outra forma de liberdade, que concorre para a formação do Homem. Note-se que uma das maiores dicotomias é cultura e natureza, percebendo-se, com o exemplo do caso do menino selvagem, o porquê desta oposição.
Ainda que a liberdade seja um fator que está subjacente às ações especificamente humanas, podemos concluir, tendo em conta todo este caso, que existem de fato condicionantes da ação humana. Em primeiro lugar, o menino selvagem, não obtante viver numa floresta, não tinha as mesmas capacidades físicas de outros animais, ou seja, os factores biológicos também afetaram as suas ações enquanto selvagem. Em segundo lugar, surgem os fatores intelectuais, pelo fato do menino não ter competências nesse sentido, o que dificultou as suas ações na sua vivência em sociedade. Por exemplo, quando o médico Itard tentou transmitir algum conhecimento no âmbito das letras, aconteceram, por vezes, ataques de fúria, pelo facto destas serem muito abstractas e, consequentemente, mais difícil foi a sua aprendizagem neste campo.
Itard, o professor que