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Literatura Brasileira: Regionalismo
QUESTÕES SOBRE MENINO DE ENGENHO
1- Um aspecto da obra de José Lins é o seu biografismo. Memória e ficção seriam pólos que se disputariam. A ficção seria mais “romanesca” e, implicitamente, mais artística. O que podemos dizer sobre esse assunto, considerando Menino de engenho.
“Menino de engenho” de Jose Lins do Rego é um romance autobiográfico, com características de escrita híbridas, ou seja, uma parte da obra é autobiográfica e outra apresenta ficção, Jose Lins do Rego coloca na obra uma parte de sua própria biografia, escreve fatos que ele mesmo presenciou e viveu como a parte em que ele cita e descreve o avô, coisas que viveu com esse avô e todo o patriarquismo dele, quando descreve também o próprio engenho onde viveu, suas crises de asma, o tormento do sexo e a morte da mãe. É a própria lembrança da infância de Jose Lins só que no livro vivenciado pelo personagem Carlinhos , esses fatos podem ser sustentando e confirmados pelo próprio Jose Lins em seu livro “ Meus Verdes Anos” a autobiografia do próprio autor. Obras entre biografia e ficção, a ficção serve para mostrar de uma forma irônica e critica a vida no engenho, é uma maneira camuflada de mostrar como era politicamente e socialmente a vidas das pessoas no engenho, a submissão, a maneira que os senhores de engenho tratavam as pessoas, mas como é também autobiográfico consegue mostrar de forma mais real, e nos ajuda a ver a questão social da vida nas plantações de cana de açúcar, por mais ficcional que for. A invenção funciona como ponto crítico das memórias, nos romances memorialisticos híbridos conseguiu perceber melhor o envolvimento político e a critica. Quando se trata do próprio personagem Carlinhos, sua vida, sua infância são as lembranças e coisas vivenciadas por Jose Lins, mas temos fatos ficcionais também, por exemplo, em “Menino do Engenho” o pai de Carlinhos, assassina sua mulher e vai preso, o que não aconteceu