letras
Para a autora, um indivíduo pode não saber ler nem escrever, isto é, ser analfabeto, mas ser de certa forma, letrado, pois utiliza a leitura e a escrita em práticas sociais.
Modifica-se a idéia de que analfabetos não praticam a leitura e a escrita, uma vez que na concepção do letramento ideológico, mesmo sem serem alfabetizados, os sujeitos podem alcançar níveis de letramento superiores as pessoas com níveis mais altos de escolarização, pois não é apenas a leitura e a escrita, tão enraizadas à escola, que desenvolvem tais níveis cognitivos.
Existem outras formas de atividades humanas que podem desenvolver o aspecto cognitivo do homem, como atividades políticas como a militância em partidos políticos, movimentos da sociedade civil, organizações e outras que podem relacionar-se a transformações cognitivas.
A partir dessas idéias expostas no primeiro capítulo de Soares, pode-se concluir que a palavra letramento surgiu devido às transformações sociais em curso e isso acarreta em novas perspectivas, em novas concepções. Assim como modificou-se o significado de alfabetizado, modificou-se a concepção de analfabeto, percebeu-se dessa forma, que o letramento ultrapassa a questão do ato de ler e escrever, diz respeito, na verdade ao uso que se faz da leitura e da escrita socialmente.
CONCEITOS
Analfabeto: é aquele que é privado do alfabeto, ou seja que não conhece o alfabeto, que não sabe ler nem escrever.
Analfabetismo: é o modo de proceder como analfabeto.