LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO
1 O PORTUGUÊS PADRÃO E A ALFABETIZAÇÃO
de origem portuguesa. Não é “o” português em si, é o dialeto dos letrados do Porto. Ele foi transformado em padrão em Portugal e, na época colonial, instalou-se como língua da administração colonial brasileira. É preciso, porém, combater o mito de que o português do Brasil é a diversidade linguística do Brasil. Isso fará com que a escola não tente impor sua norma linguística como se ela fosse a língua comum a 160 milhões de brasileiros, independentemente de sua idade, situação econômico-social, grau de escolarização, etc. (BAGNO, 1999, p. 114).
Para atual mudar. É preciso escrever uma gramática da norma culta brasileira (Bagno recentemente dedicou-se a esse esforço). É preciso empreender a identificação e a descrição da:
É preciso escrever uma gramática da norma culta brasileira em termos simples (mas não simplistas), claros e precisos, com um objetivo declaradamente didático-pedagógico, que sirva de ferramenta útil e prática para professores, alunos e falantes em geral. Sem essa gramática que nos descreva e explique a língua efetivamente falada pelas classes cultas, continuaremos à mercê das gramáticas normativas tradicionais, que chamam erradamente de norma culta uma modalidade de língua que não é culta, mas sim cultuada: não a norma culta como ela é, mas a norma culta como deveria ser, segundo as concepções antiquadas dos perpetuadores do círculo vicioso do preconceito linguístico (BAGNO, 1999, p. 115).
É diversidade. Assim, o alfabetizador consciente tem de abandonar o mito da “unidade” do português no Brasil, passando a reconhecer a verdadeira diversidade linguística. Só assim será possível educar de forma adequada aos falantes das variedades não-padrão (BAGNO, 1999, p. 115).
A diversidade já é reconhecida pelas instituições oficiais encarregadas de planejar a educação no Brasil. Essa realidade está presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais, o que já é uma boa novidade:
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