Letramento um tema três generos
Por que apresentar como uma nova competência a capacidade de organizar e de dirigir situações de aprendizagem? Ela não estaria no próprio cerne do professor?
O ofício de professor, por muito tempo estava ligado à aula magistral seguida de exercícios, dominando assim as situações de aprendizagem. Na visão clássica do professor, todas as situações vividas na escola são consideradas situações de aprendizagem. No ensino tradicional, muitas vezes o professor se vê diante de rostos anônimos e adota, na maioria dos casos, uma pedagogia do compreenda e aprenda quem puder. Dessa forma o professor poderia estar criando diferentes situações de aprendizagem, já que os alunos são diferentes uns dos outros e cada um vivencia a aula em função do seu humor e de sua disponibilidade de concentração, do que ouve e compreende, conforme seus recursos intelectuais, o que lhes é interessa e faz sentido, relacionando-se com outros saberes ou com realidades que lhe são familiares. Ver-se como conceptor e dirigente de situações de aprendizagem não deixa de ter riscos: pode levar ao questionamento de sua pertinência e eficácia! Na perspectiva de uma escola mais eficaz para todos, organizar e dirigir situações de aprendizagem deixou de ser uma maneira ao mesmo tempo banal e complicada de designar o que fazem espontaneamente todos os professores. Essa linguagem acentua a vontade de conceber situações didáticas ótimas inclusive, e principalmente, para os alunos que não aprendem ouvindo lições. As situações assim concebidas distanciam-se dos exercícios clássicos, que apenas exigem a operacionalização de um procedimento conhecido. Permanecem úteis, mas não são mais o início e o fim do trabalho em aula, como tampouco a aula magistral, limitada a funções precisas. Organizar e dirigir situações de aprendizagem é manter um espaço justo para tais procedimentos. É, sobretudo, despender energia e tempo