Letramento: novos conceitos, novas práticas

Letramento: novos conceitos, novas práticas.

Este artigo traz uma visão dos conceitos de letramento e alfabetização apresentados pela autora Magda Soares em alguns de seus trabalhos. Hoje se fala muito de letramento como uma generalização de práticas de alfabetização. E o que vem a ser isso? O que letramento tem de comum, ou incomum, com a alfabetização? Essas são duas perguntas básicas as quais pretendo esclarecer durante meu trabalho. E ainda trarei uma rápida visão sobre o conceito de letramento digital. Palavras - chave: letramento, letramento digital, alfabetização.

1. Conceitos de letramento e alfabetização

Letramento é um termo recente no mundo acadêmico e recém-chegado ao vocabulário da Educação e das Ciências Lingüísticas. Foi na década de 1980 que ele começou a surgir nos discursos acadêmicos dessas áreas. Segundo Soares (2003, p.15), uma das primeiras ocorrências do termo está no livro de Mary Kato (1986) onde a autora diz acreditar que a língua falada culta é conseqüência do letramento.
Em 1988 (p.16), Leda Verdiani Tfouni, conceitua letramento em confronto com alfabetização: “Enquanto a alfabetização ocupa-se da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade”. Foi quando, possivelmente, a palavra ganhou o status de termo técnico na Educação.
A partir daí, a palavra começou a ser usada tanto em discursos falados como escritos, e em 1995, tornou-se título de um livro de Ângela Kleiman - Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita, onde a autora define letramento (p.18) como “um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, como sistema simbólico e como tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”. Sendo assim, letramento são todos os processos que envolvem as práticas sociais de leitura, seus eventos e conseqüências sobre a sociedade.
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