leticia back
Não quero nem mesmo entrar no mérito qualitativo, de qual estilo, música ou compositor é melhor ou pior. O que me deixa bastante intrigado é como existe quase sempre algo latente a que queremos dar voz por trás de todo o burburinho gerado por determinados estilos musicais, especialmente aqueles que vêm das periferias. Tanto por parte dos que defendem estas produções culturais quanto dos que as criticam.
Há alguns dias, a Gaby Amarantos fez uma participação no BBB que gerou revolta em muitos. Ela estava lá, tocando, fazendo o som dela. E, de repente – eu, que não assisto BBB – me deparo com um monte de comentários pelo Facebook, no mínimo de mau gosto, afirmando que ela era feia, que a música não prestava, que as letras eram ruins, que aquilo não deveria aparecer na televisão, entre outras coisas. Estranho.
O mesmo parece estar acontecendo com um outro movimento, o funk. A mudança de paradigma social acabou levando a uma mudança nas temáticas das letras. E isso trouxe um novo fôlego ao estilo que, outra vez, o fez explodir na frente de todo mundo. E, como com o tecnobrega da Gaby Amarantos, gera reações bastante exaltadas.
Me parece que o que estamos querendo não é nos livrar da música, mas esconder essas pessoas que dão origem a ela.
“Tudo bem eles fazerem essa coisa feia aí, desde que isso não extrapole as fronteiras do bairro deles e nem invada a minha programação de televisão.”
O que me impressiona mesmo não é nós não gostarmos da música, nem do visual ou qualquer coisa do tipo. Ok, todo mundo tem o direito de gostar e criticar o que bem entender – sem esquecer do bom senso, claro.
Mas por que a gente insiste em não se conformar apenas em deixar isso pra lá e insiste em querer proibir os outros de fazer aquilo que os deixa