Lesoes Traumáticas do nervo
A maioria das lesões dos nervos periféricos é produzida por estiramento, laceração ou tração, sendo pouco freqüente a secção completa do nervo. Isto se deve ao fato de serem estruturas muito plásticas.
Numa lesão traumática, o nervo é freqüentemente comprimido, distendido e algumas vezes rompido. Em qualquer destes exemplos, a lesão do nervo provoca modificações orgânicas ou funcionais no músculo e na pele que é inervada.
Nestes casos existem três tipos de alterações patológicas dos nervos periféricos que foram descritos por Seddon. Esses três são Neuropraxia, Axôniotmese e Neurotmese.
• NEUROPRAXIAS
A neuropraxia caracteriza-se por desmielinização segmentar das fibras de grande calibre, sem interrupção axonal. Na condução nervosa motora podemos observar a presença de bloqueio de condução ou diminuição significativa da velocidade de condução através do segmento lesado.
Entretanto, a velocidade de condução acima e abaixo da lesão permanece normal. Na condução nervosa sensorial observamos diminuição da amplitude ou ausência do PANS no segmento lesado.
Há apenas um dano discreto do nervo com perda transitória da condutividade, nas suas fibras motoras. A degeneração walleriana (decomposição química das bainhas de mielina em material lipídico e fragmentação das neurofibrilas) não acontece e a recuperação completa pode ser esperada dentro de alguns dias ou semanas. Isso pode não requerer tratamento porque a recuperação tem probabilidade de ocorrer dentro de poucas semanas, contudo um paciente pode precisar de aconselhamento para realizar o máximo de movimento possível no membro e receber garantias sobre a recuperação gradual da função normal.
Ocasionalmente, com a neuropraxia aparente, algumas fibras podem ser mais extensamente danificadas (axonotmese) com degeneração resultante e, então, é necessário tratamento. O exemplo mais clássico de neuropraxia são as mononeuropatias compressivas agudas, como a paralisia do sábado à noite (paralisia radial