trabalho
As lesões do plexo braquial são decorrentes de acidentes, parto e síndromes compressivas. A grande maioria das paralisias é de origem traumática e envolve a quase totalidade das raízes. Um levantamento de 67 pacientes, operados nos últimos dez anos no Serviço de Microcirurgia e Cirurgia Plástica do INTO/HTO do Rio de Janeiro, revelou uma incidência de 77,6% de lesões de origem traumática, 17,9% de origem obstétrica e 4,5% de síndrome do desfiladeiro torácico. As lesões envolvem, em sua grande maioria, o sexo masculino (92,3%), cuja idade média é de 25 anos (1 ano e 6 meses a 60 anos). As causas principais dos acidentes foram motocicleta (28,8%), colisão (26,9%) e atropelamento (19,2%). As lesões mais comumente encontradas foram C5-C6 (36,5%) e C5-T1 (32,7%). Cinqüenta por cento dos casos apresentavam avulsão total das raízes. Quando a origem foi obstétrica, a incidência das lesões no plexo braquial revelou-se distinta com a predominância das raízes altas e poucos casos de avulsão total. As neurotizações extraplexuais foram os procedimentos cirúrgicos mais comuns com índices que chegam a 48% dos casos. Em seguida, vêm as enxertias de nervo em 20% e as neurotizações intraplexuais em 12,5%. Os resultados revelaram índices de 62,5% de recuperação total e de 37,5% de recuperação parcial nas enxertias de nervo e de 31,6% de recuperação total, 42,1% de recuperação parcial e 26,3% sem recuperação nas neurotizações. Nas neurólises, o índice de recuperação total chegou a 80%. A avaliação do prazo entre a lesão e a realização do procedimento mostrou que o índice de recuperação é inversamente proporcional ao tempo da lesão. Em conclusão, as lesões do plexo braquial devem ser acompanhadas clinicamente até o terceiro mês nas crianças e o sexto mês nos adultos, antes de tomar a decisão de uma exploração cirúrgica com provável reparação. Os resultados preliminares mostram níveis de recuperação satisfatórios, especialmente nos casos de avulsão de raízes, em que a