leitura
Este poema está dividido em 3 partes, a Primeira parte engloba as 2 primeiras estrofes e nelas o poeta lamenta e critica aqueles que se contentam em sobreviver “viva a vida porque a vida dura”, aquelas que não têm objectivos “Nada na alma lhe diz” e vivem felizes porque são inconscientes. A segunda parte é constituída pela terceira estrofe, fala do passar do tempo e o que o homem ao longo desse tempo acabou por ficar sem objectivos, acabando por se verificar que o verdadeiro homem é descontente. E por último, a terceira parte é constituída pela 4ª e 5ª estrofe que fala do aparecimento de um quinto império que seria a junção dos outros quatro num só, que pertenceria a Portugal.
O poema é constituído por cinco estrofes, que são quintilhas, de esquema rimático a/b/a/a/b, logo são rimas cruzadas e interpoladas, de sete silabas métricas, logo são redondilha maior.
O poema inicia-se com um paradoxo, pois os versos um, dois e seis destacam o absurdo dos que se satisfazem com uma vida vulgar. Na terceira estrofe a repetição da palavra “era” destaca a passagem do tempo. Pessoa tenta transmitir uma sensação de que ser feliz não é só viver o dia-a-dia e conformarmo-nos com o que temos, mas sim ter ambição de maneira a tentar ir longe e ser verdadeiramente feliz, ou seja viver para o sonho, para algo que ainda não alcançamos e também explica que o destino de todos é o mesmo e é inevitável, que é a morte Mas Pessoa é contra essa ideia, pois ele defende que a vida não deve de ser vivida só para sobreviver, mas sim para a viver e saborear ao máximo. O poeta termina com uma interrogação retórica, o que torna o poema ainda mais reflexivo.
O escritor imagina o Quinto império, como um império de luz, um império de salvação, “Quem vem viver a verdade?”. A meu ver Fernando Pessoa anseia por D. Sebastião enquanto símbolo da grandiosidade cultural de um povo.
Pessoa tenta também remeter-nos para uma reflexão profunda do sonho e do que ele advém,