Leishmaniose
O gênero Leishmania (Ross, 1903), agrupa espécies de protozoários unicelulares, digenéticos (heteroxenos), parasitos pertencentes à ordem Kinetoplastia e à família Trypanosomatidae, encontrados nas formas flageladas promastigotas, no trato digestivo dos hospedeiros invertebrados, e amastigota, sem flagelo livre, parasito intracelular obrigatório do sistema fagocítico monocelular dos hospedeiros vertebrados. Os hospedeiros invertebrados parecem estar limitados estritamente a insetos hematófagos conhecidos como flebotomíneos. Os hospedeiros vertebrados incluem uma grande variedade de mamíferos. Mesmo que as infecções sejam mais comuns nos roedores e canídeos, são conhecidas também entre edentados, marsupiais, procionídeos, ungulatas primitivos, primatas e, enter eles, o homem. A transmissão ocorre através da picada do inseto infectado.
MORFOLOGIA E CICLO BIOLÓGICO A morfologia das formas evolutivas dos parasitos do gênero guarda, de certa forma, semelhança entre as diferentes espécies. Os hospedeiros vertebrados são infectados quando formas promastigotas infectantes (metalícias) são incoluadas, pelas fêmeas dos insetos vetores, durante o repasto sanguíneo. Durante esse repasto, a saliva do inseto é também inoculada e parece exercer papel importante, não só na lise do tecido adjacente, favorecendo o fluxo de sangue e linfa intersticial para o alimento, como pela ação de substâncias nela contidas capazes de promover vasodilatação que facilita o permeio de células para o local do repasto. As formas promatigotas utilizam-se de mecanismos que lhes permitem resistir à ação de elementos dos soros. Um dos mecanismos é a disposição na membrana do parasito que facilita a interiorização do parasito. Por outro lado, moléculas da superfície dos promastigotas são também indicadas como importantes na adesão do parasito e na sua endocitose pelo macrógrafo. Após interiorização, o macrófago promove a fusão dos lisossomos com o fagossomo e o parasito, para