Leishmaniose
Algumas teorias tentam explicar a origem e difusão das leishmanioses em terras brasileiras (ALTAMIRANO-ENCISO et al., 2003). A partir de 1980, a primeira teoria, proposta por Juliano Moreira e Aguiar Pupo, sugeria que a origem das leishmanioses poderia ser mediterrânea, por notarem que os casos observados na Bahia de uma enfermidade chamada de “botão da Bahia” eram parecidos com “botão do Oriente” (Lindenberg, 1909). A segunda teoria é de que seria de origem andina, proposta por Rabello em 1925, que seria concluída através de peças de cerâmicas pré-colombianas. Essas teorias, no entanto, são consideradas imprecisas. Altamirano et al. (2003) sugerem a hipótese de que a doença é muito antiga, dispersou-se primeiro na selva alta sulamericana e posteriormente às terras quentes, nos limites do Brasil com a Bolívia e o Peru.
Marzochi et al. (1994) sugerem que a origem e difusão da doença em humanos tenha se iniciado na região amazônica, que o processo de dispersão para as outras áreas do Brasil seja recente, e que a migração dos nordestinos no ciclo da borracha para esta região e o regresso destes tenha propiciado a disseminação para outras regiões. Além disso, abertura de rodovias, mineração do ouro e exploração de madeiras também contribuíram para essa disseminação. A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) tem o caráter antropozoonótico, por isso, ela pode acometer tanto o homem como várias espécies de animais silvestres e domésticos (MURBACK et al., 2011). Esta doença infecciosa e não contagiosa está relacionada às manifestações clínicas de pele e mucosa. A etiologia desta refere-se a espécies de um protozoário flagelado que é parasita intracelular de macrófagos, cujo gênero é Leishmania e as espécies mais comuns no Brasil são Leishmania (Viannia) guyanensis, L. (Viannia) braziliensis, e L. (Leishmania) amazonensis (GALVÃO et al., 2000). Possui um ciclo de transmissão heteroxeno, cujos vetores são insetos hematófagos da subfamília Phebotominae,