Legião Romana
O terror trazido pela visão das armas e dos estandartes contendo a imponente imagem da Águia e a inscrição SPQR 2- antecipava a certeza da derrota de tudo que ousasse lhe opor o caminho, mas não sem certa forma de temor reverencial nos povos que se encontravam localizados em algum ponto do itinerário da marcha do Exército
Romano. A lealdade das tropas romanas aos seus símbolos era oriunda da influência simultânea da honra e da religião. A águia que resplandecia a frente da legião constituía-se em objeto de sua mais profunda devoção. Seus guerreiros preservavam a paz mediante uma constante e cuidadosa preparação para a guerra; e ao mesmo tempo em que regulavam sua conduta pelos ditames da justiça, apregoavam às nações em seus confins que estavam pouco dispostos a suportar qualquer injúria ao Império, fosse ela insignificante. A Legião Romana compunha o destacamento fundamental do Exército
Romano. As legiões, conforme o livro "Princípios de Defesa Militar” 3, variavam entre os mil e os oito mil homens, em razão das baixas que eventualmente sofriam nas campanhas. Além dos soldados propriamente ditos, contavam-se inúmeros servos, escravos e seguidores que os acompanhavam.
Introdução
A despeito de ser um tema fascinante, conforme adverte o professor Mário
Curtis Giordani em seu livro História de Roma, as fontes para o estudo da organização militar na Realeza e nos primeiros tempos da República são deficientes e pouco seguras.
Cita o autor como exemplo o texto de Tito Lívio (VIII, 8) ao descrever a organização militar da época da conquista da Itália Central como um trabalho que não faz jus integralmente a segurança que se esperaria de um documento histórico. 4
1
“A Legião Romana a tudo vence” – Frase atribuída a Caio Júlio César
Senatus Populusque Romanus = “O Senado e o Povo Romano”
3
De J. S. Vasconcellos, Princípios de Defesa Militar - Editora Biblioteca do Exército Brasileiro,
Terceira Edição, 1942 citado