Laços de um só
LAÇOS DE UM SÓ
TEMA DO SOLO TEATRAL
Observando a época em que vivemos tenho percebido os inúmeros desafios que envolvem o relacionamento humano, pessoas que buscam o príncipe encantado, o amor idealizado num formato de comercial de margarina, que colocam no outro todas as suas expectativas de uma vida perfeita, e dizem; “Quando encontrar esta pessoa, eu serei verdadeiramente feliz!” se esquecem que a felicidade é parte inerente da sua própria existência, ignorando um preceito Cristão que defendem, “Amai ao próximo COMO A TI MESMO”, querem ser amados sem ao menos saber como amar a si próprio. Em meio a toda esta reflexão, fui surpreendido pelo livro do sociólogo polonês Zigmunt Bauman “Amor Líquido – Sobre a fragilidade dos laços humanos” que propõe um olhar para as relações na pós-modernidade. Em sua serie premiadas de livro, se utiliza do conceito “Liquido” como tudo que se torna frágil, duvidoso, frouxo, livre e inseguro e estende este conceito para entender este nosso tempo, que se convencionou denominar de pós-modernidade.
É sobre as relações afetivas dos dias atuais que quero me debruçar, pensar nas ações sociais que ao longo do tempo, construiu e desconstruiu o que se estabelece hoje como relação, discutir sobre as redes sociais que criam uma falsa idéia de relacionamentos que só tem valor na forma quantitativa, levantar questões sobre “O Virtual / O Real” “O Sonho / O Pesadelo” nos laços humanos.
Inspirado no livro de Bauman que é rico em citações e forte em composições imagéticas, que pauto este projeto e me utilizo das palavras do próprio sociólogo ao definir seu livro, para explicitar o meu tema: “A misteriosa fragilidade dos vínculos humanos, o sentimento de insegurança que ela inspira e os desejos conflitantes (estimulados por tal sentimento) de apertar os laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos, é o que este livro busca esclarecer, registrar e apreender.” (BAUMAN, 2004, p.8).