Interpretação de texto
Quando Macunaíma ainda era muito pequeno, passava todas as noites chorando e pedia à mulher de seu irmão mais velho que o levassem para fora de casa. Lá fora ele queria por força agarrá-la para se deitar com ela. A mãe dele fazia menção de levá-lo, mas ele nada de deixar. Então dizia à nora que carregasse a criança para fora de casa. Esta o conduzia a uma pequena distância, mas ele implorava que fosse ainda mais adiante. Então a mulher ia com Macunaíma mais adiante, para trás do morro. Macunaíma ainda era muito pequeno. Mas quando ali chegava, virava homem e deitava-se com ela. Assim fazia ele sempre com a mulher, servindo-se dela todas as vezes em que seu irmão saía para a caça. Mas o irmão de nada sabia. Em casa Macunaíma era uma criança. Fora, virava logo homem.
O irmão mais velho apanhava as fibras do carauá a fim de fazer um laço para a anta. Disse que tinha encontrado o rastro recente de uma anta e queria colocar o laço no caminho por onde ia passar o bicho. Macunaíma pediu um laço também para ele, mas o irmão mais velho não quis dar, e disse:
- Para quê? Menino não brinca com laço. É só para gente que sabe lidar com essas coisas.
Mas o pequeno era teimoso e queria obter por força o laço. E tornava a pedir todos os dias. Afinal lhe deu o irmão mais velho um pouco de fibra de carauá, e perguntou à mãe:
- Para que esse menino quer laço?
O irmão mais velho tinha encontrado o rastro recente da anta e queria botar ali o laço. Então o pequeno falou à mãe:
- A anta não vai cair no laço dele!
E pôs o seu laço, que fez com as fibras de carauá, em um caminho antigo, por onde já não passava nenhuma anta. O irmão mais velho já tinha armado o seu laço.
No outro dia Macunaíma disse à mãe que fosse ver se tinha caído alguma anta em seu laço. Lá estava uma. A mãe voltou e disse que a anta já tinha morrido. Então o menino falou à mãe que dissesse ao irmão mais velho para tirar a anta e cortá-la. Ela precisou dizer isso