Lazer - concepções O lazer pode ser considerado uma fração de tempo dentro daquilo que chamamos de tempo livre. Esse tempo de não obrigação, hoje em dia, é imposto como conquista, a partir do momento em que as outras horas são de trabalho e em face do desejo do indivíduo de poder viver a vida de maneira plena. As horas livres deveriam ser, de acordo com alguns autores, preenchidas com atividades recreativas e saudáveis, sendo parte pessoal daquilo que o indivíduo quer fazer, de livre escolha dele e que recuperariam suas condições psicossomáticas e desenvolvimento pessoal e social. Sobre essas horas de lazer, a maioria dos autores brasileiros e pesquisadores do assunto, colocam a ludicidade como eixo principal do lazer. O lazer é englobado dentro da cultura, assim como o trabalho, educação, família, etc. Sendo assim, o lazer não pode ser definido como cultura, mas sim como parte dela, devido as suas várias dimensões. A compreensão do lazer como cultura se dá a partir do momento em que dentro do tempo de lazer, ocorrem várias manifestações culturais (jogo, brincadeira, festa, passeio, viagem, esporte e arte). Não se pode colocar o trabalho e o lazer como faces opostas, pois integram as mesmas dinâmicas sociais. As fronteiras entre a diferença do trabalho e do lazer, não são distintas e absoluta: o tempo livre é a extensão do trabalho; o lazer é resultante das tensões do capital e do trabalho. A partir de 1960, começa-se a pensar nas relações de lazer e educação como aplicação de recursos e estratégias pedagógicas para a ocupação saudável e produtiva do tempo livre. Essa ideia surge quase como base para a concepção de que a recreação deve disciplinar as mentes e cultivar os corpos de acordo com aquilo que é desejado pela sociedade capitalista (iniciado nas escolas e também utilizado como reeducação em centros recreativos para as classes menos abastadas ou sem “educação”). Ou seja, existe uma preocupação em reparar hábitos considerados ruins através da