Lavoura Arcaica
Toda essa influencia já começa pelo autor, Raduan Nassar é um escritor filho de imigrantes libaneses, o que explica a sutileza em que colocou essa cultura na sua obra Lavoura Arcaica. O momento em que fica mais claro sobre a descendência libanesa da família de André, protagonista do filme, é no trecho:
“Em memória do avô, faço este registro: ao sol e às chuvas e aos ventos, assim como a outras s manifestações da natureza que faziam vingar ou destruir nossa lavoura, o avô, ao contrário dos discernimentos promíscuos do pai — em que apareciam enxertos de várias geografias, respondia sempre com um arroto tosco que valia por todas as ciências, por todas as igrejas e por todos os sermões do pai:
‘Maktub.’”
Maktub significa “está escrito”, esta é a única palavra em árabe que vemos no livro, porém, Luiz Fernando Carvalho fez uma bela adaptação do livro, nos deixando com mais referências da cultura libanesa que fica subtendida no romance.
Como trabalho de pesquisa para a obra cinematográfica, o diretor Luiz Fernando fez uma intensa pesquisa sobre a cultura árabe em si, foi ao Líbano a fim de saber mais sobre cultura, as danças, as vestes, a música etc., queria passar para a equipe tudo isso, mas que no filme ficasse, assim como no livro, quase “imperceptível”, que essa cultura não fosse o foco e sim a atmosfera criada para o filme, também contou com a presença de Tufic Nabak, um libanês que foi o consultor de língua e cultura árabe.
Podemos ver claramente isso na trilha sonora do filme, composta por Marco Antonio