Ensaio crítico do filme Lavoura Arcaica
CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
DISCIPLINA: CRÍTICA LITERÁRIA CONTEMPORÂNEA
ALUNO: THAYSA FREITAS FIGUEIREDO
POLO: DOURADOS
PROFª RUTE JOSGRILBERG
RGM:. 706.389
DATA: 30 / 11 / 2013
ATIVIDADE 3 – Ensaio crítico do filme Lavoura Arcaica
Lavoura Arcaica não se trata apenas de um filme, mas de uma experiência sensorial Lavoura Arcaica é uma releitura sinestésica da parábola do filho pródigo.
Atormentado pela severidade paterna, sufocado pelo amor materno e desesperado por uma paixão incestuosa, André foge de casa. Após uma longa discussão com irmão mais velho, Pedro, em que André acaba de certa forma contaminando o primogênito com suas trevas, o protagonista retorna ao lar.
Luiz Fernando Carvalho, diretor do filme, nos coloca diante de uma obra cujo elemento principal é o tempo. É como se Luiz Fernando seguisse os conselhos do próprio pai da família, conselhos estes sobre trabalho, tempo e paciência. O tempo foi tão bem trabalho em Lavoura Arcaica, que o alívio ou desespero do telespectador é ditado pelo ritmo mais rápido, mais lento ou quase parando dos diálogos. Ou, ainda, dos silêncios.
Com um prólogo que apresenta de uma só vez a fuga do personagem, sua compulsão sexual e sua falta de autocontrole, utilizando, para tanto, apenas uma cena de masturbação e barulho de trem, o diretor nos avisa de que se trata de um filme vulgar que não se utilizará de palavrões ou exibição direta de órgãos sexuais. É vulgar no sentido de colocar à prova a moral e os bons costumes, ditados tanto pelo personagem de Raul Cortez, o pai, quanto pela
sociedade em que o filme está inserido. Mas é tudo tão poético que, quando o personagem ejacula, a impressão que dá é que não se está falando sobre o gozo em si, mas sobre um mal que André deseja desesperadamente jogar para fora de si.
Apesar disso, o roteiro não defende, não justifica e não critica tudo aquilo que atormenta André.