Laudo do tat
Para tentar apreender, mesmo que transitoriamente, a processualidade que a transdisciplinaridade propaga, pode-se trabalhar com a cartografia, método proposto por Deleuze e Guattari, utilizado em pesquisas de campo voltadas para o estudo da subjetividade (Kastrup, 2007; Kirst, Giacomel, Ribeiro, Costa, & andreoli, 2003). A cartografia se apresenta como valiosa ferramenta de investigação, exatamente para abarcar a complexidade, zona de indeterminação que a acompanha, colocando problemas, investigando o coletivo de forças em cada situação, esforçando-se para não se curvar aos dogmas reducionistas. Contudo, mais do que procedimentos metodológicos delimitados, a cartografia é um modo de conceber a pesquisa e o encontro do pesquisador com seu campo.
Entendemos que a cartografia pode ser compreendida como método, como outra possibilidade de conhecer, não como sinônimo de disciplina intelectual, de defesa da racionalidade ou de rigor sistemático para se dizer o que é ou não ciência, como propaga o paradigma moderno.
Cabe salientar que, não raro, a ideia de método é atrelada à de metodologia que, por sua vez, trata do formalismo e das prescrições para se alcançar a cientificidade, explicitando os procedimentos que já estariam consolidados dentro da ciência. Dessa maneira, a metodologia corresponde aos instrumentos para se fazer ciência, centrando-se no “como” fazer ciência, traduzindo o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. também não é essa a proposta.
Retornando ao conceito de método, aqui o utilizamos no sentido atribuído por drawin (2001), em que método corresponderia a um caminho levado a um fim, associado a uma “reivindicação de um trabalho, de um renovado esforço, o que não seria necessário se já se possuísse uma fórmula prefixada, e se o caminho para o conhecimento já houvesse sido conquistado” (p.10).
Nessa perspectiva, o método é uma nova proposta para reencontrar o saber