Lapidando jóias
Resumo
A endemia hansênica apresenta-se, na virada do milênio, no limiar da sua eliminação como problema global de saúde pública. O Brasil é o único país da América Latina onde a doença não foi eliminada, tendo sido a meta de eliminação postergada para 2005. Neste artigo discute-se o declínio da prevalência após a introdução da poliquimioterapia (PQT) para o tratamento da hanseníase, não acompanhada pela redução da incidência no mesmo período. Os progressos na área de imunologia, biologia molecular e seqüenciamento genômico do M. leprae são apresentados enquanto perspectivas de pesquisa e de aplicação potencial para diagnóstico, prognóstico e vigilância na hanseníase. Apesar do êxito das atuais estratégias de controle tem-se observado com preocupação a redução do interesse e do apoio financeiro em pesquisa na hanseníase e na desestruturação dos serviços de saúde frente ao atual cenário de eliminação. A exclusão da hanseníase da lista de doenças prioritárias é prematura, representando um perigo concreto de não se eliminar a doença, mas a pesquisa em hanseníase. Fica evidente a necessidade de investir na produção de conhecimentos de áreas básica e aplicada que viabilizem uma maior compreensão dos mecanismos de transmissão da infecção, da efetividade dos métodos de prevenção e controle, serão essenciais na “erradicação” da infecção pelo M. leprae. Palavras-chave: Palavras-chave Pesquisa em hanseníase. Eliminação da Hanseníase. Vigilância.
Celina Maria Turchi Martelli
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Universidade Federal de Goiás Rua Delenda Rezende de Mello, S/N - Setor Universitário 74605-050 Goiânia, GO - Brasil
Mariane Martins de Araújo Stefani
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Universidade Federal de Goiás Rua Delenda Rezende de