Lakatos
Aluna: suelly Cristyna
Professor: Giorgio
Lakatos
Um programa de pesquisa pode ser caracterizado por seu "núcleo firme": teoria ou conjunção de hipóteses contra a qual não é aplicada a "retransmissão da falsidade". "O núcleo firme é 'convencionalmente' aceito. Os cientistas que trabalharam ou trabalham nesses programas não descartariam tais hipóteses, mesmo quando encontrassem fatos problemáticos. Por exemplo, quando foi observado pelos newtonianos que a órbita prevista para Urano era discordante com as observações astronômicas, eles não consideraram que a Mecânica Newtoniana estivesse refutada; Adams e Leverrier, por volta de 1845, atribuíram tal discordância à existência de um planeta ainda não conhecido - o planeta Netuno - , e portanto, não levado em consideração no cálculo da órbita de Urano. Essa hipótese permitiu também calcular a trajetória de Netuno, orientando os astrônomos para a realização de novas observações que, finalmente, confirmaram a existência do novo planeta. O que Lakatos afirma é que a "heurística negativa" do programa proíbe que, frente a qualquer caso problemático, "refutação" ou anomalia, seja declarado falso o "núcleo firme"; a falsidade incidirá sobre alguma(s) hipótese (s) auxiliar(es) do "cinturão protetor". O "cinturão protetor" é constituído por hipóteses e teorias auxiliares -"sobre cuja base se estabelecem as condições iniciais" e também pelos métodos observacionais. Ele protege o "núcleo firme", sendo constantemente modificado, expandido, complicado. No programa de Newton o "cinturão protetor" continha modelos do sistema solar, a forma e a distribuição de massa dos planetas e satélites, a ótica geométrica, a teoria sobre a refração da luz na atmosfera, etc. Sempre é possível, através de convenientes ajustes no "cinturão protetor", explicar qualquer anomalia. Um programa está "regredindo" ou "degenerando" se “seu crescimento teórico se atrasa com relação ao seu crescimento