lagoas anaerobicas
As lagoas anaeróbias constituem-se em uma forma alternativa de tratamento, onde a existência de condições estritamente anaeróbias é essencial. Tal é alcançado, através do lançamento de uma grande carga de DBO5 por unidade de volume da lagoa, fazendo com que a taxa de consumo de oxigênio seja várias vezes superior à taxa de produção. No balanço de oxigênio, a produção pela fotossíntese e pela reaeração atmosféricas é neste caso, desprezíveis.
A estabilização em condições anaeróbias é lenta, pelo fato das bactérias anaeróbias se reproduzirem numa vagarosa taxa. Isto, por seu lado, é advindo de que as reações anaeróbias geram menos energia do que as reações aeróbias de estabilização da matéria orgânica. A temperatura do meio tem uma grande influência nas taxas de reprodução e estabilização, o que faz com que locais de clima favorável (temperatura elevada), como no Mato Grosso do Sul, se tornem propiciosa a este tipo de lagoa.
As lagoas anaeróbias são usualmente profundas, da ordem de 4 a 5 m. A profundidade é importante, no sentido de reduzir a possibilidade da penetração do oxigênio produzido na superfície, para as demais camadas. Pelo fato das lagoas serem mais profundas, a área requerida é correspondentemente menor.
As lagoas anaeróbias não requerem qualquer equipamento especial, e tem um consumo de energia praticamente desprezível.
A eficiência de remoção de DBO5 nas lagoas anaeróbias é da ordem de 50 a 60%. A DBO5 efluente é ainda elevada, implicando na necessidade de uma unidade posterior de tratamento. As unidades mais utilizadas para tal são as lagoas facultativas, compondo o sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas, também denominadas de sistema australiano.
A remoção de DBO5 na lagoa anaeróbia proporciona uma substancial economia de área, fazendo com que o requisito de área total (lagoa anaeróbia + facultativa) seja em torno de 2/3 do requisito de uma lagoa facultativa única.
A existência de uma etapa anaeróbia