labirintos no tempo a cidade medieval e o espaço
N 10, abril/2010 - ISSN 1808-9895 - http://www.historiaimagem.com.br o Labirintos no tempo: a cidade medieval e os espaços
Marlen Batista De Martino
Prof. Dra. História e Teoria da Arte da Universidade do Estado de Santa Catarina demartino.marlen@gmail.com Isadora Gonçalves de Azevedo
Licenciatura em Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina isadoracga@gmail.com Resumo: Abordamos neste artigo algumas características pertinentes as cidades medievais, na tentativa de estabelecer relações com diversos aspectos espaciais avistados nas cidades contemporâneas. A cidade pode ser pensada como um local de encontro e de trocas, um entrecruzamento de peculiaridades. A urbe contemporânea, com uma versatilidade inerente as suas conformações, é tributária de antigas camadas urbanas. Um grande número de elementos sobrevive denunciando as heranças legadas pelas cidades antigas.
Palavras-chave: Cidade. Idade Média. História. Contemporâneo.
História, imagem e narrativas
N 10, abril/2010 - ISSN 1808-9895 - http://www.historiaimagem.com.br o 1 INTRODUÇÃO
Um visitante, um estrangeiro, um nômade ou um turista dificilmente detêm a mesma concepção espacial de um morador nativo ou um antigo residente do local. Da mesma forma, um carteiro pode descrever as ruas de modo distinto de um arquiteto, de um engenheiro, ou até mesmo de um artista visual. A imagem de uma cidade é variável, pois está inteiramente vinculada a perspectiva e ao ponto de vista daquele que a está observando. A percepção do espaço é móvel.
Em sua obra Urbanismo, Le Corbusier (2000) afirma que o homem caminha em linha reta por possuir um objetivo. A mula, por sua vez, traça caminhos curvos, por andar distraída
– e para desviar de obstáculos.
Ao contrário de sua afirmação, inúmeras pesquisas apontam para a necessidade humana de percorrer caminhos curvos, ao invés de seguir as definições geométricas preestabelecidas nos inúmeros