Cidade medieval e renascentistas
Introdução
O mundo medieval enfrentou o desafio de fundir a cultura dos invasores bárbaros com a herança clássica dos romanos e com os ensinamentos da religião cristã. As cidades medievais tinham origem variada e caracteristicamente consistiam de um amontoado de edifícios num labirinto de ruas estreitas, construídos aleatoriamente, sem planejamento deliberado. Umas se desenvolveram de antigas colônias romanas, outras se ergueram nos vaus de rios ou em importantes rotas comerciais. Outras floresceram em torno de sés episcopais fortificadas, ou de castelos de senhores feudais, poderosos o suficiente para protegê-las contra inimigos. Muitos centros importantes como Londres, Florença, Colônia e Milão, surgiram em locais de antigos assentamentos romanos, mas enquanto alguns conservaram no centro o quadriculado regular do traçado original, seu crescimento medieval e periférico afastava-se cada vez mais do traçado padronizado de origem. De cada dez cidades medievais nove tinham menos de 2000 habitantes residentes. Eram densamente povoadas, barulhentas, sujas, multicoloridas e fervilhantes de atividades ao ar livre. Fediam a esterco e os veículos de roda eram uma raridade. Só as ruas mais largas eram pavimentadas e as outras eram sujas de esterco e lama nos meses de inverno, e freqüentemente não tinha mais que dois metros de largura. A maioria da população tinha costumes higiênicos rurais e jogava seus excrementos em valas de esgotos ou em pilhas de detritos, a céu aberto. Instalações higiênicas importantes, como água encanada, latrinas apropriadas, aquecimento, ventilação própria nos cômodos, já existiam no início da Idade Média, mas praticamente estavam restritas aos sítios monásticos. Nas cidades mais importantes apenas os ricos tinham suas próprias latrinas e fossas. A maioria de suas ruas não tinha pavimentação e tampouco obras de drenagem, e recebia toda sorte de refugos e imundície. Canalizar águas de fora da cidade era uma boa alternativa,