Kim Il Sung
Coreia do Norte, Pyongyang, 28 de Agosto de 1976
Que a Guerra da coreia foi o primeiro conflito armado da Guerra-fria, já o sabemos. Que as Nações Unidas formaram então uma Comissão cuja incumbência era vigiar a formação de partidos políticos em ambos os países, também o sabemos. Que só o conseguiu fazer no Sul e que no Norte foi criado um
Conselho Popular, liderado por Kim-Il Sung também é provável que saibamos.
Mas a partir desse momento a Coreia do Norte e o seu presidente tornaram-se num mito, e muitas são as suposições. Nós decidimos ir directamente à fonte e falar directamente com o "Grande Líder".
Percorremos as ruas de Pyongyang dia 28 de Agosto, véspera do trigésimo aniversário do Partido dos Trabalhadores da Coreia para falar com o líder da
Coreia do Norte sobre a sua vida, sobre o Plano dos Seis Anos, começado em
1971, sobre o futuro das Coreias, entre outros assuntos.
Bom dia Sr. Presidente, muito obrigada por receber-nos. Será que nos poderia falar um pouco sobre a sua infância?
Bom dia! É um prazer recebê-los! Nasci em 1912 com o nome de Kim
Song-ju e os meus primeiros anos de vida foram passados na Manchúria. Foi aí que comecei as minhas lutas políticas. Juntei-me aos activistas antijaponeses no fim da minha adolescência e acabei por me tornar líder de um grupo de guerrilha que trabalhava com os Comunistas Chineses da Manchúria.
Foi então que comecei a utilizar o nome pelo qual hoje me conhecem, Kim Il
Sung. A partir de 1932, o governo japonês lançou uma série de grandes campanhas militares (1932,1934 e 1937) para destruir a resistência das guerrilhas. Em resposta, o PCC (Partido Comunista Chinês) reorganizou onze unidades militares distintas que operaram na Manchúria. A minha unidade tinha entre 50 e 300 homens e trabalhou dentro desta estrutura organizacional, embora tivesse a sua própria independência operacional. O meu grupo realizou uma série de ataques na Manchúria e por duas vezes