keynes
O presente artigo tem por objetivo analisar o efeito do estado de confiança em Keynes
(1921, 1985) e dos vieses cognitivos de Kahneman e Tversky (1974) para a formação de expectativas dos agentes econômicos. Como resultado apresenta-se um modelo que incorpora ambas teorias, a saber: Keynesiana e da Psicologia Econômica; buscando, assim, um modelo com menor limitação de validade em comparação ao modelo de expectativas racionais da teoria neoclássica.
A formação de expectativas por parte dos agentes econômicos é um importante elemento para a tomada de decisão dos mesmos em um ambiente banhado por incerteza. A interpretação deste tema está envolvida em diversas discussões e controvérsias entre as correntes de pensamento econômico, figurando como as mais relevantes o Keynesianismo, monetarismo e a neoclássica. 2 Porém, acredita-se que as maiores contribuições e evoluções sobre o tema são advindas principalmente dos keynesianos, corrente que motiva o enfoque deste trabalho.
Segundo Keynes (1985, cap. 5) o nível de produção de uma economia é ditado pelas expectativas dos empresários, os quais agem de acordo com a demanda futura esperada dos consumidores, uma vez que o processo de produção dos bens requer tempo até estes estarem disponíveis para a venda. 3 Keynes (1985, cap. 5) distingue tais expectativas em expectativas de curto e longo prazo.
A expectativa de curto prazo refere-se ao quanto o agente espera, antes do início do processo de produção, obter em troca do seu produto, ou seja, o seu preço. Sendo assim
“(...) o comportamento de cada firma individual, ao fixar sua produção diária é determinado pelas expectativas a curto prazo” (KEYNES, 1985, p. 43). Em relação a expectativa de longo prazo, as expectativas tratam da rentabilidade de novos incrementos que possibilitem uma ampliação na produção, ou seja, o investimento em bens de capital.
Logo, a expectativa de longo prazo “(...) refere-se ao que o