Keith Jenkins - O que é história.
A história é o estudo do passado, não o passado em si. Essa distinção é importante. Usar o termo “o passado” para tudo que já passou, historiografia para história, ou seja, os escritos dos historiadores e por fim História, com H maiúsculo, para indicar o todo.
A história está na biblioteca. História é interpretação. Coisas e pessoas são omitidas nas interpretações de diferentes autores. Autores da mesma área, do mesmo assunto, podem ter várias interpretações diferentes.
Há três campos teóricos problemáticos para conciliar história e passado: a epistemologia, a metodologia e a ideologia.
A epistemologia se refere ao campo filosófico das teorias do conhecimento. A fragilidade epistemológica permite que as interpretações dos historiadores sejam multíplices. O passado nunca poderá ser recuperado na sua totalidade, somente uma parcela deste.
Para alguns historiadores, as regras metodológicas rígidas, limitam a liberdade interpretativa. Para Jenkins não é as regras que determinam se você chegará à verdade histórica ou se tiram a sua liberdade de interpretação, e sim sua ideologia, pois há várias opções de qual método escolher e o que determina isso, é porque você escolherá um e não outro. E isso depende da sua ideologia.
Sobre ideologia, Jenkins dá um exemplo que feministas marxistas negras seriam postas no currículo de ensino médio, ou universitário, porém não seria muito aceito, porque algumas pessoas diriam que é ideológico. E essa distinção entre “história ideológica” e “história verdadeira” é um tanto equívoca, pois a história das elites é dita como “verdadeira”.
Cita que Plumb propôs estabelecer uma verdade sobre o passado. O que é impossível, pelos fatores epistemológicos, metodológicos e ideológicos de cada historiador, surgindo uma nova interpretação. Mas se é só interpretação, e ninguém sabe realmente de nada, pra que estuda-la? Isso é “desventura do relativismo”. Desconstruirmos um modo de ver de outras