Kant
Kant define a filosofia como “a ciência da relação de todo conhecimento e de todo uso da razão com o fim último da razão humana”, caracterizando-se pelo tratamento de quatro questões fundamentais: “O que posso saber”, “O que devo fazer?”, “O que posso esperar?”, “O que é o homem?”.
O que posso saber? Questões que diz respeito à metafísica, no sentido kantiano de investigação sobre a possibilidade e legitimidade do conhecimento.
O conhecimento humano não pode ultrapassar o plano dos fenômenos: só conhecemos o que podemos intuir e só é possível intuir dados sensíveis. As categorias do entendimento são funções sintéticas que apesar da sua origem não empírica só podem objetivar os dados que a sensibilidade recebeu, porque só os dados sensíveis são objetos para um sujeito. Assim, a síntese causal que o entendimento efetua é inerente, não pode prolongar-se para fora do plano dos objetos espaciotemporais. Deste modo as questões fundamentais da razão (Alma, Deus e Mundo) não tem resposta científica, pois não há conhecimento científico possível.
A metafísica é uma vocação natural da razão humana. Esta não se satisfaz com o conhecimento dos objetos empíricos, procurando o acesso ao incondicionado, ao plano metafísico. Perguntando se o acesso às realidades metafísicas é possível, Kant vai efetuar uma crítica, isto é, uma análise das condições de possibilidade a priori do conhecimento humano (Investigação Transcendental). Essa investigação irá conduzi-lo a uma doutrina dos limites da razão, isto é, à afirmação de que a razão fora da referência aos objetos empíricos não pode constituir conhecimentos.
O que devo fazer? A resposta é dada pela moral
Devo agir de uma forma racional e por respeito pela lei moral, que é uma lei da razão pura prática. Ao respeitar a lei moral, não respeito uma lei abstrata mas respeito a minha própria racionalidade, a minha autonomia. Essa lei exige que o homem não esteja ao serviço da