Kant
5. A Estética Transcendental
Após a explicação de alguns conceitos e algumas breves análises iniciais, Hoffe disserta sobre o pensamento de Kant com relação à primeira crítica da razão, a Estética transcendental. Assim como o conceito de crítica colocado acima, cabe dizer que o filósofo não utiliza estética na acepção usual de uma teoria do belo ou do gosto, mas sim uma ciência da sensibilidade ou da intuição, não investigando a intuição em geral, mas suas formas puras, o espaço e o tempo, como fontes de conhecimento. A Estética transcendental se divide em duas partes: a exposição metafísica, na qual Kant mostra que o espaço e o tempo são formas puras da intuição; e a exposição transcendental, em que se explica que essas formas possibilitam o conhecimento sintético a priori. A estética transcendental oferece uma nova solução, dentro do campo filosófico a respeito da “essência” do espaço e do tempo. Já era anteriormente conhecida, a possibilidade do conhecimento a priori ser produzido a partir de conceitos gerais. A inovação oferecida por Kant é de a sensibilidade influenciar alguns elementos não empíricos.
5.1. Os dois troncos do conhecimento: sensibilidade e entendimento
Primeiramente, Kant não fundamentou a posição de que sensibilidade e entendimento seriam os dois troncos do conhecimento, e sim supôs que ambos poderiam ter uma raiz em comum, ainda desconhecida. Assim sendo, Kant faz distinção entre as faculdades cognitivas superiores (entendimento) e as inferiores (sensibilidade e intuição). A faculdade do entendimento articula-se no entendimento em sentido estrito e a faculdade de julgar e a razão no sentido estrito. Nessa forma de cognição, a relação com o objeto é pura, ou seja, a priori. Na faculdade cognitiva da sensibilidade, a relação com o objeto se dá por afecção do ânimo, a capacidade do sujeito de perceber o objeto. Sendo assim, a relação mediante à sensação chama-se empírica (a posteriori).
O conhecimento do