JUVENTUDE, ÉTICA E RELIGIOSIDADE NA PÓS MODERNIDADE
Ética e religiosidade ontem e hoje
Os conceitos mudam ao longo da história e de cultura para cultura. Além do mais, toda sociedade é uma verdadeira teia de significados complexos. Em razão disto, faz-se necessário contextualizar o conceito de ética na sociedade ocidental e, em particular, na sociedade brasileira.
Segundo eminentes teóricos do século XX, a modernidade surgida no século XV, a partir do Renascimento, consolidou-se no Ocidente com a Revolução Industrial, as revoluções libertárias burguesas (EUA, França, Inglaterra e outras nações) e com o posterior predomínio da razão instrumental entronizando a tecnologia em lugar do homem.
A partir de meados do século XX, paradigmas da modernidade - Deus, Humanismo, Progresso, Igualdade, Fraternidade, Liberdade, Verdade, Honra, Fidelidade – entram em lenta crise. em face das atrocidades da II Guerra Mundial (genocídio em Hiroshima e Nagasaki), da neo-barbárie evidenciada nos campos de concentração nazista e genocídio de judeus, nos Gulags stalinistas contra dissidentes do regime totalitarista e na Revolução Chinesa liderada por Mao Tse Tung.
Outras guerras na segunda metade do século XX - dentre as quais a Guerra do Vietnã, onde forças norte-americanas utilizaram a mais avançada tecnologia para exterminar vietcongs, as guerras raciais como as de limpeza étnica na Iugoslávia entre albaneses, sérvios, croatas e bósnios - contradizem os ideais da modernidade e aceleram o processo de crise de paradigmas e de transição para a pós-modernidade.
Novos valores culturais, morais, éticos surgem em contraposição a valores da modernidade (greco-romanos, judaico-cristãos e europeus) concebidos pelas novas gerações como tradicionais. Afloram na conjuntura da sociedade ocidental comportamentos e atitudes cada vez mais identificados com esses novos valores. Ao mesmo tempo, passam a coexistir valores tradicionais da modernidade e valores da pós-modernidade.
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