Just in time
A literatura de gerência de operações, logística e compras tem evidenciado o vínculo estreito entre as questões de fornecimento e a operacionalização de sistemas JIT (Schonberger e Gilbert, 1983; O'Neal, 1989; Billesbach, Harrison e Croom-Morgan, 1991; Dion et al., 1992; Fawcett e Birou, 1993; Karlsson e Norr, 1994; Hines, 1994). Percebe-se que o sucesso do JIT depende do desempenho do sistema como um todo, sendo necessária a integração entre as diferentes funções (Spencer, Rogers e Daugherty, 1994). O estabelecimento de uma prática de entregas JIT parece ser o coroamento da implantação de um sistema de manufatura just-in-time. Não é por acaso que o evento, datado de 1973, em que a "Toyota permitiu a seus fornecedores entregarem diretamente às linhas de montagem, ligando-os plenamente ao seu sistema interno de aporte de peças" (Cusumano, 1988, p. 35) encerra a cronologia, iniciada em 1948, de desenvolvimento e implantação do Sistema Toyota de Produção, matriz do sistema JIT. De fato, seus benefícios têm sido reconhecidos em estudos conduzidos nos Estados Unidos, Reino Unido e Japão, nos quais inúmeras firmas consideraram a prática como um dos componentes mais importantes no processo de operacionalização de uma produção enxuta (Billesbach, Harrison e Croom-Morgan, 1991).
Destacam-se, portanto, os benefícios advindos de entregas JIT. Schonberger e Gilbert (1983) listaram as vantagens para o comprador e para o fornecedor das compras JIT, comparadas no Quadro 1 a seguir.
Os autores ressaltaram que o benefício mais aparente, para os compradores, seria a eliminação dos custos com oestoque alheio. O mais importante, no entanto, seriam a qualidade e produtividade, bem como a relação simbiótica que levaria a outros ganhos mútuos, como os de procedimentos administrativos de compra.
Para os fornecedores, "a felicidade estaria em ter um contrato exclusivo (ou praticamente), de longo prazo e invariável - que são as características de um acordo de