Just in time
Roberto Porto Simões
Professor da FAMECOS -– PUC/RS
INTRODUÇÃO
O presente artigo pretende apenas refletir algumas considerações acadêmicas, coletadas com a prática de consultoria para organizações, a respeito do discurso cientifico da administração, por intermédio de dois textos distanciados oitenta anos entre si, procurando indícios, nos mesmos, daquilo que é universal e daquilo que é particular. A esfera da Administração Geral foi escolhida por uma questão de proximidade com a área da Administração da Comunicação, na qual possuo vivência acadêmica e prática de consultoria, mas cuja bibliografia é pouco encontrada comercialmente, no Brasil.
Para atingir meu desiderato, analiso uma obra de Taylor e outra de Lubben. Além disso, faço algumas incursões a Peters e Waterman (1983), e também a Naisbitt e Aburdene (1987). Paralelamente, para o entendimento da análise do discurso, utilizo Maingueneau (1989), Barthes (1980), Guarany e Benz (1974), Cassirer (1980) e Simmons (1989)
Procuro identificar pontos básicos e comuns nos textos dos autores sobre administração, comparando-os, e a seguir, segundo meu ponto de vista, apresento alguns aspectos fundamentais à administração por eles omitidos. Finalmente, faço esforço incipiente de relacionar isso tudo à análise do discurso, procurando pistas que sustentem a minha inquietude, ou seja, o discurso cientifico (qualquer que seja a área do conhecimento) é também um instrumento de poder, principalmente na área acadêmica.
OS CENÁRIOS HISTÓRICOS
A análise, embora parcial, do discurso científico da teoria de administração por meio de dois textos, distantes no tempo por oitenta anos, permite levantar algumas idéias sobre essa ciência (arte) e seus autores.
Os autores analisados são Frederick Taylor e Richard Lubben, respectivamente, pelas suas obras traduzidas para o português: