Juridicas
Bárbaro (1965: 78) assegura que “toda obra de arte adquire no contato com o público um valor social; promove e determina certas correntes efetivas e ideológicas”. Nesse sentido, Crash assume com sua linguagem conotativa a capacidade de nos levar a uma reflexão sobre os juízos e valores vigentes em nossa sociedade.
A discriminação racial, a xenofobia, os estereótipos, estão presentes no filme e se faz constante no inicio até o fim da trama, onde todos os valores humanos são de fato questionados, fazendo subsequentemente chegarmos há algumas reflexões, basicamente sobre ética e moral, preceitos estes que teoricamente conduz o comportamento humano.
Neste sentido, Paiva (2006) afirma que a partir de filmes como Crash, “podemos perceber como o cinema tem desnudado as dimensões mais recônditas de estilo de vida americano, por vezes mostrando as ressonâncias regressivas do princípio democrático, expressas através da simulação de cotidiano insólito em que os indivíduos perderam as esperanças e, sem as bases éticas de um princípio comunitário, partem para as atitudes [isoladas] de rebelião e violência”.
Crash é um emaranhado de histórias que se entrelaçam tornando-se uma só, onde o preconceito racial é evidente e estarrecedor, ora entre negros, ora entre brancos, é retratado uma Los Angeles pós 11 de setembro, violenta e traumatizada, a qual serve como analogia as outras grandes metrópoles mundiais. Crash descreve toda a fragilidade norte americana posterior aos atentados terroristas ocorridos em 2001. Ficando isso explicita nas