João capistrano de abreu
Antes de começar a analisar a obra “Capítulo de História Colonial” gostaríamos de falar um pouco sobre a vida do autor do livro João Capistrano de Abreu. Nascido na cidade de Maranguape, Ceará, em 1853. Seus biógrafos descrevem a sua imagem de maneira bem desfavorável – "seboso", mal vestido, sem higiene pessoal, uma figura torta, um olho pendido para o lado, uma cor encardida que o banho só piorava! Para logo desanuviarem a má impressão referindo-se à sua personalidade brilhante e envolvente. Ao chegar, ao ser apresentado a alguém ou ao se apresentar, sua imagem causava desgosto; ao sair, seu espírito deixava encantamento. Sua formação intelectual, considerando a sua origem modesta e rude, foi outro "milagre".
Ele foi um autodidata, um leitor apaixonado e desordenado. Foi alfabetizado no próprio sítio e depois estudou em um colégio pobre de Fortaleza. Como estudante, sempre fracassou em seus exames. Talvez ele tivesse dificuldades psicológicas com a "autoridade", associada ao pai.
Em 1875, este "nordestino feioso" desceu para um mundo desconhecido, incerto, "sozinho, sozinho". Ele chegou ao Rio com 21 anos. Em 1883, ele fez o famoso concurso para ser professor de "Corografia e História do Brasil" do Colégio Pedro II. Passou, ocupou a vaga, mas não ficará muito tempo, pois sairá em 1899. Sua cátedra foi extinta – "História do Brasil"! – que foi incluída na "História Universal". Capistrano preferiu a mudança e a sua instabilidade à continuidade familiar e nordestina. Sua história pessoal se parece com a interpretação que construiu do Brasil: rebeldia e recusa do passado, opção por um futuro novo; mas qual? O "Necrológio de Varnhagen", escrito em 1778, três anos depois da sua chegada ao Rio, talvez tenha sido o seu grande trampolim para o futuro que ele queria realizar. Veremos a seguir alguns aspectos do pensamento de Capistrano com base no que Varnhagen escreveu.
VARNHAGEN E CAPISTRANO
Será em relação à Varnhagen que