Capistrano de Abreu
Capistrano de Abreu
O historiador João Capistrano Honório de Abreu nasceu na cidade de Maranguape, em 25 de outubro de 1853. Fez seus primeiros estudos em rápidas passagens por várias escolas. Em 1869, viajou para Recife, onde cursou humanidades, retornando ao Ceará dois anos depois. Em Fortaleza, foi um dos fundadores da Academia Francesa, órgão de cultura e debates, progressista e anticlerical, que durou de 1872 a 1875. Neste último ano, viajou para o Rio de Janeiro e aí se fixou, tornando-se empregado da Editora Garnier. Em 1879, foi nomeado oficial da Biblioteca Nacional. Lecionou Corografia e História do Brasil no Colégio Pedro II, nomeado por concurso em que apresentou tese sobre O descobrimento do Brasil e o seu desenvolvimento no século XVI. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, recusou-se a tomar posse. Dedicou-se ao estudo da história colonial brasileira, elaborando uma teoria da literatura nacional, tendo por base os conceitos de clima, terra e raça, que reproduzia os clichês típicos do colonialismo europeu acerca dos trópicos, . Morreu no Rio de Janeiro, aos 74 anos, em 13 de agosto de 1927.
Quanto a Capítulos de História Colonial podemos dizer que é um livro produzido às pressas, sobre a pressão de ser publicado rapidamente, em função do cronograma de projeto do livro onde ele estaria inserido. Apesar disso, em nada esta obra fica a dever aos outros clássicos da História do Brasil, tendo ela mesma já nascida um clássico, tal como afirma Francisco Iglesias.
Para notarmos a ruptura de Capistrano em relação a historiografia praticada antes dele, basta lermos o primeiro dos Capítulos de História Colonial, intitulado Antecedentes Indígenas. Este capítulo se inicia tendo como tema os índios que povoavam o espaço onde os portugueses haviam aportado antes mesmo da chegada dos europeus. Na visão de Capistrano, estes últimos eram um dos alienígenas que haviam sido incorporados àquela terra. Além do índio, a