João Batista vilanova Artigas
(Curitiba, 23 de junho de 1915 – São Paulo, 12 de janeiro de 1985).
Gadruando-se engenheiro-arquiteto pela escola politécnica da Universidade de São Paulo, Artigas se envolveu ainda estudando com um grupo de artistas de vanguarda, conhecido como grupo Santa Helena.
Tendo se tornado professor da Escola Politécnica, Artigas fez parte do grupo de professores que deu origem à faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Tornou-se um dos professores mais envolvidos com os rumos desta nova escola e é de sua autoria o projeto da nova sede da faculdade.
Em 1969, por determinação do regime militar vigente no país, foi afastado da FAU e obrigado a se exilar brevemente no Uruguai, devido a sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro. Embora tenha vivido no Brasil na década de 1970, foi impedido de atuar plenamente pelo regime. Seu retorno à faculdade se deu em 1979. Continuou a lecionar na FAUUSP até sua morte, em 1985.
O Edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP
Artigas realiza um projeto para a faculdade, que evidencia as linhas mestras de sua concepção de arquitetura, bem como suas idéias a respeito da formação do arquiteto. No terreno plano da cidade universitária, testa e aprimora soluções já experimentadas.
Segundo ele, aquilo tinha que ser um prédio que não tivesse a menor concessão a nenhum barroquismo, e sim que tivesse insinuações de uma extrema finura, para dizer que partia de um bloco inerme. Queria representar uma simplicidade capaz de ser compreensível para qualquer um que não tivesse nenhuma loquacidade necessária, nenhuma veemência de discurso.
Uma forma pura, porém, Artigas não conseguiu tudo o que queria, pois sabia que seria uma proposta apocalíptica, que fugiria de todos os padrões. Frisou dizendo que não colocou porta de entrada, pois “Só entram deuses na FAU!”.