Jovem burguês
‘’Quem não conhece o prazer de explorar cada lugar e sensação sem o menor receio ou preocupação monetária ainda não viveu a vida, e de pessoas assim o mundo está cheio. ’’ Essa era minha frase predileta, dizia isso a todos sem saber de sua veracidade. Eu costumava não me preocupar com minhas ações, a lei da física, deque toda ação gera uma reação, não se aplicava a mim; não era só o dinheiro da minha família que me mantinha nessa situação cômoda, a proteção dos que me cercaram também me impedia de ver o que eu fazia isso até o dia em que eu morri. Minha vida era uma festa, e pensando nisso eu simplesmente agia, quando se vai a uma festa não se pensa muito no amanhã, eu nunca pensava; mas ninguém me dava bronca, nunca me corrigiram então minha morte também foi culpa deles. Não me prenderei a isso, não é esse o assunto que eu quero frisar, matei, pois em meu mundo me sentia um rei e esqueci-me de outras vidas e não governei meu próprio carro, morri em minha tristeza e pesar, embora a sociedade não me condenasse. Após a minha morte não mais fui o mesmo, vivia um dia de casa vez, observando o que aconteceria não querendo que acontecesse. Muitos tentaram me animar, mas com o fracasso se foram, estou sozinho como sempre estive. Família é uma coisa que nunca tive, mas por vergonha eles se foram mesmo que nunca estivessem aqui de verdade, não senti saudades... Hoje vou me levantar de novo, só por levantar... Quando eu desço a escada encontro meu café não sei quem prepara, mas é sempre divino, o gosto não chega mais a minha boca, acho que de tanto tempo fechada e inutilizada se tornou amarga sem paladar... Todo dia me incentivam, não tem um dia sequer que uma moça alta para na minha frente e me instiga a sair, dias com palavras amorosas, dias com xingamentos, dias com um sorriso no rosto, mas há dias que o cansaço pelo fracasso é revelado e assim eu sei que ela logo vai embora como os outros; isso me deixa triste, ela foi a que mais durou; não me lembro