Jos De Alencar Cinco Minutos
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Cinco Minutos
José de Alencar
A D... I É uma história curiosa a que lhe vou contar, minha prima. Mas é uma história e não um romance. Há mais de dois anos, seriam seis horas da tarde, dirigi‑
‑me ao Rocio para tomar o ônibus de Andaraí. Sabe que sou o homem menos pontual que há neste mun‑ do; entre os meus imensos defeitos e as minhas poucas quali‑ dades, não conto a pontualidade, essa virtude dos reis e esse mau costume dos ingleses. Entusiasta da liberdade, não posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio e regule as suas ações pelo movimento de uma pequena agulha de aço ou pelas oscilações de uma pêndula. Tudo isto quer dizer que, chegando ao Rocio, não vi mais ônibus algum ; o empregado a quem me dirigi respondeu : ‑‑ Partiu há cinco minutos. Resignei‑me e esperei pelo ônibus de sete horas. Anoiteceu. Fazia uma noite de inverno fresca e úmida; o céu estava calmo, mas sem estrelas. A hora marcada chegou o ônibus e apressei‑me a ir tomar o meu lugar. Procurei, como costumo, o fundo do