jornalismo
Apesar de todas as transformações que têm ocorrido no campo dos media, as principais tarefas do jornalista ainda estão relacionadas com as suas mais tradicionais funções: seleção e hierarquização de acontecimentos susceptíveis de terem valor como notícia; transformação desses acontecimentos em notícias; difusão das notícias. A seleção é a pedra angular do processo, pois um jornal não pode ser um amontoado não criterioso de todo o tipo de informações. A escolha dos acontecimentos e demais assuntos a abordar por um jornal (construção da agenda) é dos assuntos mais debatidos entre os agentes interessados na cobertura noticiosa. Por isso, também é dos mais estudados. A necessidade de se fazerem escolhas torna o jornalismo permeável a críticas. Mas valorizar, hierarquizar e selecionar são actividades inerentes ao jornalismo. A escolha dos assuntos a abordar por um jornal e a consolidação de uma determinada linha editorial dependem de diversos mecanismos que atuam em conjunto. É óbvio que um patrão poderoso dos media pode dar ordens para que uma notícia seja publicada, mas esta situação é rara.
Um patrão também poderá mandar retirar uma notícia, mas esta situação é ainda mais rara, pois, se não for cuidadosamente justificada (por exemplo, argumentando com a entrada de publicidade), pode ser vista como censura e cair nas malhas da ilegalidade. Nos casos anteriores estaríamos perante mecanismos de seleção de notícias que poderíamos denominar como sendo de "ação pessoal"e, portanto, relativamente subjetivos. Mas, normalmente, a seleção de assuntos a noticiar não depende unicamente de escolhas subjetivas. Há mecanismos que se sobrepõem à subjetividade jornalística. Entre eles estão os critérios de noticiabilidade (ou de valor-notícia), que são aplicados pelo jornalista, conscientemente ou não, no momento de avaliar os assuntos que têm valor como notícia. Os critérios de noticiabilidade não são rígidos nem